quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

O SOFRIMENTO DA DOR

No Brasil, a cada 15 segundos, uma mulher é espancada pelo companheiro. São dados assustadores, mais que estão prestes a diminuir com o Pacto Nacional de Enfrentamento da Violência contra a Mulher.

A iniciativa foi lançada em alguns estados e recentemente na Bahia. O objetivo desse projeto é chamar atenção da população para a necessidade dos estados e municípios criarem uma rede de combate através de parcerias.

O pacto não diminuirá os números de imediato, mas irá englobar quatro áreas: política nacional e implantação da Lei Maria da Penha; direitos sexuais e reprodutivos; meninas em situação de exploração sexual e mulheres em tráfico; e mulheres em situação de presídio.

Dona Maria, como é conhecida na Liberdade, bairro onde mora desde que nasceu, fazia parte das estatísticas assustadores que assombra a população atualmente. Desde que ficou viúva, há 15 anos atrás, ela conheceu seu ex-marido, no qual se separou a pouco mais de seis meses.

“Eu chegava em casa e ele me agredia. Eram tapas, murros, chutes e muita dor”, esse foi o desespero de Maria Evanil, 64 anos, empregada doméstica, que conviveu com o agressor dentro de casa por mais de 10 anos.

Para ela, as agressões sofridas em todo esse tempo, deixaram marcas que nunca mais serão apagadas. “Ele dava a desculpa que estava bêbado, mas na verdade eu percebia que ele sentia prazer em me bater”, afirma.

Para a delegada titular da Delegacia de Atendimento a Mulher, Cely Carlos, muitas agressões são derivadas do uso de drogas licitas e ilícitas, mas tem aqueles homens que costumam agredir pelo puro prazer. “A maioria das agressões o companheiro diz estar alcoolizado, isso é fato, mas não é desculpa. As mulheres têm que tomar coragem e denunciar, só assim esses covardes irão se intimidar”, afirma a titular.

Os dados também mostram que 70% das agressões aconteceram no ambiente doméstico, tendo como autores maridos ou companheiros. Em Salvador, os índices de violência contra a mulher são crescentes a cada ano. Em 2008, foram registradas mais de 18 mil ocorrências nas duas delegacias de atendimento a mulher presentes na capital.

Para a delegada Cely, a mulher tem que denunciar na primeira agressão pois, a partir da segunda, as agressões serão constantes. “O que eu mais luto nesse trabalho diário, é conscientizar as mulheres que na primeira agressão elas devem procurar uma delegacia e prestar queixa, pois a partir da segunda o agressor irá se acostumar com isso sem nenhuma timidez”, declara.

Um comentário:

  1. Marcelo, a matéria está ok, mas faltou uma foto da delegada e da vítima. Seria bom colocar a fonte da pesquisa que aponta agressões a cada 15 segundos (Fundação Perseu Abramo) e um "leia mais" com links para os textos que serviram de base para a matéria. Exemplo:
    http://www.violenciamulher.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=214:bahia-integra-pacto-de-combate-a-violencia-contra-a-mulher&catid=17:politicas-publicas-contra-a-violencia-a-mulher&Itemid=11

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